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Melancolia

  • Luana Alves
  • 26 de fev. de 2016
  • 3 min de leitura


Hey!


Sei que Melancolia não é um filme novo, ele é de 2011, mas por ser um filme alternativo só ouvi falar sobre ele agora e, na verdade, me sinto meio grata por isso. A Luana de hoje gostou do filme e a Luana de 2011, com certeza, o odiaria.


Não é um filme americano, foi rodado em sua maioria na Dinamarca, e começamos a perceber que não se trata de algo feito em Hollywood bem no início. É o filme que mais demora pra começar de fato, e imaginei que não teria pique pra terminar de assistir. Seu começo, agonizantemente longo, tem algumas cenas bem sombrias em slow motion, o que torna tudo ainda mais mórbido ao som de música clássica. Essas cenas terminam com o planeta Terra colidindo com outro planeta e sendo destruído. O bastante para te deixar melancólico?


Não para o diretor do longa, Lars von Trier, que se inspirou em sua própria depressão para criar o filme.


A primeira parte é intitulada “Justine” (Kirsten Dunst [nossa eterna Mary Jane] ganhou o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes) e mostra como nada, absolutamente nada, consegue tirá-la do abismo em que se encontra. A primeira parte do filme é ambientada na festa de casamento luxuosa entre Justine e Michael. E apesar dos esforços de Justine, ela não consegue ficar feliz nem mesmo nesse dia, fugindo dos convidados para ficar sozinha na banheira ou no jardim. Dá pra entender que apesar da vida familiar complicada, ela é bem sucedida no trabalho e pode vir a ter uma linda história de amor. Não que ela ligue. Não que isso a faça submergir da merda onde ela está atolada. E, graças a depressão, ela começa a se comportar como uma idiota... Respeito e entendo quem tem depressão, e por experiência própria, sei que causa alguns episódios de egoísmo. A festa acaba e ela está sem emprego e sem marido. (Uma das cenas do início, mostra Justine vestida de noiva tentando caminhar, mas raízes se enrolam em torno dela e a puxam. Achei uma representação fantástica do que é esse estado depressivo, quando você tem ideia do que precisa fazer para ir adiante, mas não consegue).


A segunda parte do filme se chama “Claire” e mostra a vida aparentemente tranquila da irmã de Justine com seu marido e filho. Ela está aterrorizada com a passagem do planeta Melancholia, acreditando que pode resultar numa catástrofe. Em meio às suas preocupações, ela precisa cuidar de Justine, que está ainda pior, não tendo forças para tomar banho ou comer. O mundinho de Claire desaba quando percebe que o fim é uma questão de tempo (o marido dela é um idiota orgulhoso e egoísta nessa parte) e precisa decidir como viver aquelas últimas horas que restam.

Diante do fim iminente, vemos o desespero de Claire e a tranquilidade de Justine (algo do tipo “já estou morta faz tempo, então o planeta inteiro desaparecer não faz diferença” [egoísmo, lembra?]).


O cenário, a apatia de Justine, a música, os efeitos fantásticos, a representação mais fiel que já vi sobre o estado melancólico e um final apocalíptico me fez gostar do filme, embora deixe alguém com tendência a tristeza, triste.


Lars Von Trier não vai passar a mão na sua cabeça. Sucesso, dinheiro, carreira, família... nada vai fazer você feliz. Não há vida em outros planetas e esse aqui vai acabar em breve. Dá licença um minutinho, vou ali pegar um lenço.

(╥ ﹏ ╥)

 
 
 

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