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[Resenha] Ligações - Rainbow Rowell

  • Luana Alves
  • 22 de mar. de 2016
  • 4 min de leitura


Hey!


Queria ser vizinha da Rainbow Rowell. Na verdade queria ser melhor amiga dela. Ela já deve ter uma melhor amiga, então poderia ser tipo a babá dos filhos dela. Qualquer coisa! Devido a capacidade dessa mulher de criar os melhores personagens do universo ela não deve ser nada menos que fantástica. E eu não ligo se estou parecendo lésbica neste momento.

O primeiro livro que li dela foi Eleanor e Park, indicação da melhor irmã para indicar livros do mundo. Este é, sem dúvida, um dos meus livros preferidos (se não for o preferido). Então, comecei a ler tudo o que a dona Rainbow (até o nome dela é legal!) escreve.

Eleanor e Park e Fangirl são teens. Sobre os conflitos da adolescência e as os dilemas de se ser quase adulto. Anexos é J.A. e ela escreveu com total maestria para um público mais velho, que já saiu da escola e está tendo que bater cartão todo dia para pagar seu iphone e suas viagens internacionais. Ligações é um chick lit. E eu fiquei em dúvida, a princípio, se a RR desenvolveria bem uma personagem de 37 anos no meio de uma crise matrimonial. Mas ela mandou muito bem, só pra variar, provando que consegue escrever qualquer coisa lerível (não existe, mas você entendeu) e incrível.


Vamos a Ligações:

EDITORA: Novo Século

PÁGINAS: 303

LANÇAMENTO: 2015

Georgie McCool está casada com Neal há 14 anos. Os dois se amam muito, tem duas filhas fofas e muitos problemas. A carreira como escritora de comédias sempre foi muito importante pra Georgie. Seu parceiro de escrita desde a faculdade, Seth, é uma fonte de amargura pra Neal. Neal, sempre esteve perdido quanto ao que queria fazer da vida, se tornando o dono de casa e principal responsável pela criação das filhas, enquanto Geogie trabalha escrevendo coisas pra TV. Claro que ele está infeliz. E ela... bem, ela tenta ignorar isso. Até o dia em que ela diz que não vai poder ir viajar com a família no natal. E ele, ao invés de desmarcar a viagem, como ela imaginou que ele faria, pega as pequenas e embarca sem ela. Aí a Georgie surta e começa a repensar todo seu longo relacionamento, desde o início, para ver onde ela errou ou se o erro foi os dois ficarem juntos.


O grande lance do livro é o fato de ela usar o telefone da casa da mãe dela, o mesmo telefone que ela usava para namorar o Neal em 1998. Agora, em 2013, quando ela liga para o Neal, ela conversa com o Neal de 1998 e não com o marido ressentido de 2013. E ela acaba achando que esse “telefone mágico” foi dado para ela com algum propósito, como se ela pudesse mudar o rumo da história.


"Tem um telefone mágico no meu quarto de infância. Posso usá-lo para ligar pro meu marido no passado. (meu marido que ainda não é meu marido. Meu marido que talvez não devesse nunca virar meu marido.)" - Pág. 141


A Georgie é Ó-T-I-M-A! Ela é engraçada (escreve comédias, lembra?), uma mãe louca pelas filhas, uma amiga incrível para o Seth, uma esposa meia boca, mas apaixonada pelo marido. Enfim, uma mulher e tanto, embora seja incapaz de comprar sutiãs.

O Seth é descrito como sendo lindo e galinha. Claro que ela teve uma paixonite por ele na época da faculdade e, muito provavelmente, ele sentia o mesmo. Mas sabe quando você encontra sua alma gêmea? Quando você não sabe onde começa um e termina o outro? Quando o outro é uma extensão de você, seu reflexo invertido no espelho? E quando essa relação é tão linda e tão necessária na sua vida que você não quer correr o risco de perde-la de jeito nenhum? Pois então, continuaram amigos, pois amizades verdadeiras são eternas (#invejinha da amizade deles).

E o Neal... ah! Eu quero o Neal. Ele é todo quietinho e tímido, desenhista de tirinhas, super perdido nessa vida, um tanto quanto depressivo, mas extremamente fofo. Tudo no relacionamento deles é lindo: as conversas tímidas, o quase-beijo, o beijo, o pedido de casamento. Tudo muito, muito, muito lindo.


"Mas Neal ficava roçando a bochecha na dela, e estava tão gostoso - todos os pontos duros e macios dos rostos dos dois se encontrando. Osso da maçã do rosto na sobrancelha. Maxilar no queixo. A pele de Neal estava rosada e morna. As mãos seguravam com firmeza. Tinha cheirinho de sabonete, cerveja e tinta de tecido. Deus do céu...

Isso era melhor do que beijar." - Pág 134


Passei horas deliciosas na companhia desse pessoal. Com certeza vou ler o livro milhares de vezes. E, pra mim, a Rainbow continua no topo.

Sobre a edição da Novo Século: Ela segue o padrão fofo dos outros livros da Rainbow publicados por eles. Num tom pastel super gracinha, a lombada super delicada e uma aba bem maior do que as que estamos acostumados. A diagramação também está muito boa, a fonte é de um tamanho que deixa a leitura confortável. A míope aqui conseguiu ler sem óculos e sem dificuldade. As folhas são amareladas e de uma aspereza agradável.


Obs: Já fiz minha lista de pessoas do passado que vou ligar quando encontrar um telefone mágico.

(✿ ♥‿♥)

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