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Helena - Machado de Assis

  • Luana Alves
  • 5 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Hey!


(Essa aí na foto é a Sharon, e ela tá brigando comigo para parar de escrever/ler/tirar foto e fazer carinho nela. Ela é bem mandona e usa seu charme contra mim e eu acabo cedendo.)


Acabei de terminar Helena, de Machado de Assis. E o que fica é “COMO?” A vontade de encontrar uma máquina do tempo e voltar lá em 1876 e fazê-lo repensar o final é gigante.


Pois bem, vamos a Helena (nome lindo, aliás):


O livro, contado em terceira pessoa, começa narrando o falecimento do Conselheiro Vale. Ele deixou um filho - Estácio, de 27 anos e uma irmã - Dona Úrsula, solteira com mais de cinquenta anos, responsável por cuidar da casa.

A abertura do testamento é um choque para família, já que o Conselheiro Vale reconhece uma filha bastarda, já com 17 anos, e recomenda que a família vá busca-la no colégio onde está internada e receba-a como parte da família. Ela é Helena.

A princípio, dona Úrsula é contra, mas Estácio faz questão de cumprir os desejos do pai falecido e acolhe Helena da melhor forma possível.

¾ do livro é muito parado. Basicamente mostra o encantamento que Helena provoca no irmão (principalmente) e na maioria das pessoas ao seu redor. Conta um pouco sobre o relacionamento de Estácio com Eugênia (“O amor de Estácio tinha a particularidade de crescer e afirmar-se na ausência e diminuir logo que estava ao pé da moça. De longe, via-a através da névoa luminosa da imaginação; ao pé era difícil que Eugênia conservasse os dotes que ele lhe emprestava.”) e as tentativas de Helena amolecer o coração da tia.

Fica claro, em alguns momentos, que a história de Helena não é a que consta no testamento. Há um certo mistério envolvendo um homem que mora em uma casa azul muito simples, e o pai de Eugênia, certa vez, ameaça dizer o que sabe sobre a história, deixando-a apavorada. Do mais, o livro é bem pacato e a narrativa ocorre sem muitas surpresas. Isso poderia me fazer desanimar com a leitura, não fosse a escrita de Machado de Assis e suas metáforas elaboradas que me fizeram grifar várias partes. (“Helena susteve o passo, e fitou-o com um olhar digno, um desses olhares que parecem vir das estrelas, qualquer que seja a estatura da pessoa.”)

Na parte do final do livro as coisas começam a ficar bem interessante. Helena se torna ré em um julgamento sobre sua moral. Descobrimos quem é o homem da casinha azul. Descobrimos a verdade sobre o testamento e as circunstancias que levaram Helena até Andaraí. E, finalmente, os sentimentos de Estácio são expostos (para ele, já que para o leitor estava claro há tempos).

O final é irritante. Claro que dá pra entender que em 1859 não havia muitas possibilidades de final feliz para os protagonistas, as aparências eram mais importante que a verdade. O conflito interno que abate completamente a moça também é bem justificado por ela. Mas o final, o final, argh (pausa pra careta).


É um livro bom. Se você precisa de ação para continuar lendo, nem comece. Mas se você se deixa levar por frases bem colocadas, argumentos inteligentes, e um amor puro e doce, coloque na sua listinha de leitura.


(– “Parece-lhe que poetei? – perguntou Estácio rindo.”)


É um livro que fala da importância da família e do cuidado parental, de amores impossíveis, do querer contra o poder, de situações que fogem do nosso controle, nos fazendo vítimas e de ser racional quando tudo o que você mais quer é ser puro sentimento.


Clássico é sempre bom. Um viva pro Machado!

ヾ(´・ ・`。)ノ”

 
 
 

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