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Os 13 porquês - Jay Asher

  • Luana Alves
  • 21 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Hey!


livro os 13 porquês


Vamos falar sobre “Os 13 porquês”?

Quando li a sinopse fiquei apreensiva em iniciar a leitura, pois parecia ser um tema bem pesado.


A sinopse oficial é essa aqui: Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker - uma colega de classe e antiga paquera -, que cometeu suicídio duas semanas atrás. Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.


***


Bem, decidir que não tem mais razão para continuar vivendo e decidir como dar fim a própria vida é algo muito, muito trash. Então fiquei imaginando as 13 razões que poderiam levar Hannah Baker a este final e minha imaginação foi bem mais cruel que a de Jay Asher. Então, embora o livro tivesse potencial para ser muito tenebroso, não é. Não é um assunto fácil, mas não me deixou atormentada como achei que ficaria.


A narrativa é contada por Hannah (sua voz nas fitas cassetes, já que ela está enterrada há duas semanas) e pelo Clay, que é quem está com as fitas agora. A medida que Hannah vai explicando os motivos que a levaram ao suicídio, Clay vai reagindo a eles, tentando relembrar onde estava quando tais coisas aconteceram e a história/ personagens pela perspectiva dele. Isso foi muito legal da parte do Jay Asher, não ter só a versão de Hannah rolando, mas como outras pessoas eram afetadas pelos mesmos acontecimentos ou só para podermos acompanhar a reação de um ouvinte que era, em parte, responsável por aquela morte.

O Clay é o típico bom garoto. Gostei dele, embora sua participação na narrativa seja muito menor que a de Hannah. Assim, não conhecemos a fundo a vida de Clay, seus amigos, seus hábitos, seus hobbies. A Hannah o descreve rapidamente, sob o olhar dela, e as poucas vezes em que ele fala um pouco mais sobre si mesmo, foram suficientes para eu me simpatizar com o cara.

A medida que eu ia lendo ficava pensando: “Ok, isso não foi nada legal. Ainda mais na adolescência, quando somos inseguros e tal. Mas se matar por isso?” As razões pareciam pequenas para mim. E de repente, eu vi. Era como se eu fosse uma das pessoas que ignoraram o pedido indireto de Hannah por ajuda. Como se naquela aula, onde estavam discutindo sobre o suicídio, eu fosse aquela que diria “ah, essa pessoa só quer chamar atenção.” Então, esse livro me ajudou a ter uma outra visão sobre esse assunto. Me ajudou a exercitar a “empatia”. (Teve o mesmo efeito no Clay.)

Porque quando alguém toma uma decisão dessas, não importa o motivo que a levou a isso. Se foi a devastação interna causada por uma grande tragédia ou só uma unha quebrada. Significa que a pessoa chegou ao seu limite, e os limites variam de uma pessoa pra outra. E isso não tem nada a ver com quem é forte e com quem é fraco. Cada pessoa é um mundo, e o que afeta a um de uma maneira, afeta o outro de maneira completamente diferente.


“Pensando no que aconteceu, parei de escrever no meu caderno quando parei de querer conhecer a mim mesma. Se você escuta uma canção que te faz chorar, quando você já está farto das lágrimas não a escuta mais. Mas não dá pra fugir de si mesmo. Não dá para tomar uma decisão de deixar de se ver para sempre. Não dá para tomar a decisão de desligar aquele ruído dentro da sua cabeça.”


As pessoas deveriam ter olhado de verdade para Hannah. Hannah deveria ter falado abertamente sobre o assunto com alguém. Mas ninguém garante que o final da história seria diferente. O que fica, é que 13 incidentes foram decisivos para Hannah, e a decisão dela, afetou de maneira grandiosa bem mais do que 13 vidas.


***


Poderia me prolongar grandemente sobre o assunto, mas acho que já passei a ideia do livro e a impressão que ele causou em mim.

Não me fez chorar (eu também fiquei surpresa), então acho que mais julguei Hannah e os demais personagens do que me envolvi com eles. Talvez seja a maneira como foi escrito ou talvez foi uma decisão pessoal – manter certo afastamento emocional e entrar de uma forma analítica.


Li uma matéria há um tempo atrás que continha a transcrição de bilhetes reais de pessoas que se suicidaram. Você acha mais AQUI. Mas é um assunto muito mórbido que você vai deixar pra lá, certo?


Vou escolher um livro leve e com final feliz da próxima vez.


( ; ; )

 
 
 

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