A Garota no Trem - Paula Hawkins
- Luana Alves
- 8 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Hey!
Desde o ano passado A garota no Trem, da Paula Hawkins, estava na minha lista. Minha meta era conseguir lê-lo antes da estreia da história nos cinemas, 24 de Novembro. Até que conseguir terminar com bastante antecedência, né?
Já tinha lido sobre ele e vi muitas comparações com Garota Exemplar. Então estava esperando um suspense com narrativas alternadas e um nó na cabeça. E é justamente isso que aconteceu. Geralmente, consigo identificar logo os culpados, mas em A Garota no Trem, embora eu tenha tido suspeitas, nunca consegui afirmar categoricamente sobre um responsável. Mas vamos a sinopse:
Rachel é uma mulher que está no fundo do poço. A depressão a levou ao alcoolismo, e o alcoolismo a fez perder o marido e o emprego. Diariamente, às 8h04 ela pega um trem com destino à Londres e, no trajeto, consegue ver a rua de sua antiga casa. Nessas viagens diárias, Rachel observa um casal que está sempre na varanda quando o trem passa. Para Rachel, aquele é um casal perfeito – o que ela e Tom já foram, e ela começa a imaginar detalhes da vida dos dois, dando nomes a eles e observando-os diariamente. Um dia, Rachel vê que há outro homem na varanda, não Jason (que é como ela chama o verdadeiro dono da casa, Scott), e ele beija Megan (que para Rachel era Jess). No dia seguinte, Rachel descobre pelos jornais que Megan está desaparecida e ela acredita ser a única que sabia da infidelidade dela. Além disso, na noite do desaparecimento de Megan, Rachel acredita ter estado no último local em que ela foi vista, embora não consiga ter certeza por ter estado completamente bêbada.
“Apagões de memória acontecem, e não é simplesmente uma questão de não ter ideia de como você voltou para casa depois de uma noitada nem de esquecer o que foi tão engraçado naquela conversa que você teve no pub. É diferente. Breu total; horas perdidas que nunca mais serão recuperadas.
...
Então, sei eu soa ridículo, mas não é impossível, e quando cheguei em casa ontem à noite, já havia me convencido de que estava envolvida de alguma forma no desaparecimento de Megan.” - Rachel.
Acompanhamos o desespero de Rachel para tentar se lembrar do que aconteceu nessas horas de apagão alcoolico, seus depoimentos contraditórios, seu desejo de se manter sóbria e seus muitos problemas que a levam a bebedeira. Me apeguei tanto a Rachel! Queria poder abraça-la e garantir que vai ficar tudo bem, que esse vazio vai ser preenchido algum dia. Embora ela esteja agindo de uma forma um tanto escrota e irresponsável com sua própria vida, ela me lembrou um gatinho abandonado no meio de uma tempestade.
A narrativa é alternada entre Rachel, Megan e Anna (a atual esposa de Tom, ex marido de Rachel). Gosto de livros que nos mostram os acontecimentos de várias perspectivas, assim, temos uma visão mais ampla dos personagens e do desenrolar da história. Megan e Anna são tão humanas quanto Rachel, não há personagens perfeitos e irrepreensíveis na história. E isso é ÓTIMO!
“E não posso nem me zangar com ele, porque tem razão em desconfiar de mim. Já dei motivo para isso no passado e provavelmente vou dar de novo. Não sou uma esposa modelo. Não sei ser. Não importa o quanto eu o ame, nunca será o suficiente.” – Megan.
“A verdade é que nunca senti pena de Rachel, nem antes de descobrir que ela bebia, que seu temperamento era difícil, e que estava transformando a vida dele num inferno. Ela simplesmente não me parecia real e, de qualquer forma, eu estava me divertindo um bocado. Ser a outra é muito excitante, não há como negar: É por você que ele não consegue ser fiel à esposa, embora a ame. Você é assim, irresistível.” – Anna.
Bom, fui levada de uma lado para o outro e, como os detetives responsáveis pelo caso, fiquei perdida. Acho que culpei cada um dos personagens citados, e depois os absolvia, e depois os culpava de novo. O final me surpreendeu. Acho que a pessoa responsável pelo desaparecimento de Megan poderia ter um outro final, mas não que isso estragou todo o enredo construído. Senti falta também de um epílogo. Precisava ver, lá na frente, a Rachel bem.
Lembrando, o filme estreia em novembro, então você tem um tempinho para ler o livro. E já tem trailer:
A música do trailer é ótima:
“Heartless”, Kanye West.
(」゚ペ)」

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