[Resenha] Os segredos de Colin Bridgerton - Julia Quinn
- Luana Alves
- 27 de jun. de 2016
- 4 min de leitura
Hey!
Vamos falar sobre Os Bridgertons – 4?
TÍTULO: Os Segredos de Colin Bridgerton
PÁGINAS: 335
EDITORA: Arqueiro
GÊNERO: Romance de época

Nos três livros anteriores temos pequenas (mas promissoras) aparições de Colin Bridgerton, o terceiro filho de Violet e Edmund. O Bridgerton de olhos verdes e personalidade agradável. Em todas as participações de Colin nos livros dos irmãos ele sempre faz um comentário espirituoso e o clima ao seu redor é sempre leve e animado. Assim, ao pegar o 4º livro da série, Os Segredos de Colin Bridgerton, esperava me apaixonar pelo personagem em questão. E a primeira referência a ele é ótima:
"Penelope arquejou (ficando, assim, sem respiração) e o homem caiu do cavalo, aterrissando de maneira muito deselegante numa poça de lama próxima.
Ela avançou, quase sem pensar, grunhindo algo que pretendia que fosse uma pergunta sobre como ele se sentia, mas que ela suspeitava ter saído como um guincho abafado. Ele estaria, é claro, furioso com ela, uma vez que Penelope praticamente o derrubara do cavalo e o cobrira de lama – duas coisas que com certeza deixariam qualquer cavalheiro no pior dos humores. No entanto, quando ele enfim ficou de pé e começou, na medida do possível, a limpar a lama da roupa, não praguejou. Não lhe passou uma dolorosa descompostura, não gritou e nem mesmo a fuzilou com o olhar.
Ele riu.
Ele riu."
Nesse exato momento, Penelope Featherington se apaixonou. Ela estava para completar 16 anos e logo começaria a debutar nos bailes de Londres.
Acompanhamos um pouco do suplício que é ser Penelope nos livros anteriores. Sempre aos cantos nos salões de baile, sendo alfinetada por outras debutantes mais bonitas e disputadas e sempre mal vestida. Acabei me simpatizando por ela, mais por piedade mesmo, já que ela é sempre tão quieta e está sempre envergonhada demais para dizer alguma coisa com efeito.
No quarto livro da série, porém, Penelope está com 28 anos. Claro que continua solteira, e para época, onde era bastante normal se casar aos 17, Penelope é um solteirona. Esse termo (tão recorrente no livro) me incomoda bastante, já que considero bem ridícula a ideia de que uma mulher tem idade certa para se casar ou, pior ainda, que depende de um casamento para ser completa. Entendo que eles estão em 1823 e que as coisas eram muito mais difíceis para as mulheres do que são hoje, e sei também que ainda no século XXI existem culturas inteiras ou pequenas comunidades que mantêm esse tipo de pensamento. Ainda assim, não pude evitar revirar os olhos a cada vez que lia “solteirona” (e não foram poucas).
O fato dos personagens principais serem mais velhos me agradou bastante. Penelope, apesar de todo o sofrimento que a acompanhou na juventude, é uma mulher bastante segura, dona de uma opinião forte e cheia de humor negro. Embora Penelope tenha sido invisível durante toda a vida, ela é especial e guarda um segredo que pode desestruturar toda sociedade londrina.
Já o Colin, embora tenha uma personalidade agradável, deixou um pouco a desejar no que eu esperava dele. Ele já passou dos trinta anos e continua meio perdido sobre o que deseja fazer da vida. Colin está sempre se comparando com os irmãos e com as realizações deles, e pra fugir das frustrações que o acompanham, passa muito tempo viajando para outros países e pouquíssimo tempo em Londres. Até que em um desses retornos, ele se aproxima de Penelope, aquela que tantas vezes ele convidou para dançar por pena, e a mesma que ele jurou que não se casaria. Mas, dessa vez, as coisas estão diferentes. Ele não sabe dizer se foi Penelope quem mudou ou se foi o olhar dele. Só que de uma hora para outra, a opinião daquela mulher passou a ser muito importante para ele e sua companhia desejada.
O que fica no ar é se o segredo que Penelope guarda há tantos anos será capaz de estragar o futuro romântico que ela sempre sonhou viver com Colin.
De todos Os Bridgertons que li até agora, esse foi o que menos gostei. E a culpa é do Colin, que foi menos do que idealizei pra ele (sendo assim, a culpa é minha e não dele). Porém, esses romances que acontecem vagarosamente sempre me agradam mais. Me convencem mais. A Penelope é uma surpresa super agradável. Ela tinha tudo para ser a pessoa mais insegura e melindrosa do universo, mas não é. Ela é muito forte. E amei acompanhar o desenvolvimento dela e sua volta por cima.
No final, ficam algumas coisas bem evidentes:
É muito importante ser mais do que encantador;
geralmente, as pessoas são mais do que aparentam ser;
cuide bem dos seus segredos;
não subestime ninguém, e
de amizades confortáveis podem sair tórridos romances.

Logo trago a resenha do livro 5 e admito que estou com o coração meio apertado, já que passei da metade e não quero me despedir dessa família tão cedo.
As resenhas dos livros anteriores:
(´∀`)♡

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