O Circo Mecânico Tresaulti - Genevieve Valentine
- Luana Alves
- 4 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Hey!
Respeitável público! Senhoras e senhores, meninos e meninas,
sejam bem-vindos ao Circo Mecânico Tresaulti!
Claro que comprei o O Circo Mecânico Tresaulti pela capa. Que livro lindo! A Capa é em relevo e traz a figura de um homem com a coluna de metal e asas. Uau. Interessante nos livros da Dark Side é que ele não traz sinopse. Então, é um tiro no escuro. Eu realmente não sabia do que se tratava.

Depois que comprei e mostrei no Snap, um seguidor disse que era muito parado e ele só engrenou na leitura nas últimas cem páginas. Gelei. Lembrei daquele velho ditado: “Jamais julgue um livro pela capa.” Mas comecei a leitura torcendo para que o conteúdo fosse tão bom quanto o designer responsável pela publicação.
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Autor(a): Genevieve Valentine
Título: Circo Mecânico Tresaulti
Páginas: 320
Editora: Darkside Books
Ano: 2011, edição de 2016.
Assunto: Ficção Fantástica
O mundo passou por uma guerra terrível. Assim, o mundo do livro é bem diferente do que estamos acostumados. Não há países e fronteiras, as cidades estão em ruínas e a sociedade em pedaços.
“Nós somos o circo que sobrevive.”
“A maioria das pessoas não vive o suficiente para ver o circo duas vezes. Estes são tempos exaustivos.”
Boss, a responsável pelo Circo, é também a engenheira dos novos corpos. Ela pode salvar praticamente qualquer pessoa, em qualquer estado, colocando tubos e engrenagens, e a pessoa estará mais leve, mais forte e com uma vida infinitamente mais longa.
O circo, atualmente, conta com seis atrações. Há dançarinas, trapezistas, equilibristas, saltadores, malabaristas e demonstrações de força. Mas, há muitos anos, houve sete. Alec, o homem alado, encerrava o espetáculo voando sobre a plateia. Mas Alec morreu, deixando dúvidas sobre o que aconteceu e deixando as asas.

Alguns entram para o circo só para tentar ganhar as asas. Ela gera disputa, discussões e discórdia. E se não bastasse os problemas que a trupe enfrenta, o atual Homem do Governo começa a perseguir o circo, pois quer entender como Boss consegue transformar as pessoas em metade máquinas, o que seria extremamente útil para o governo equipar seus soldados.
Uma história sobre família, ambição, sobrevivência e lealdade.
***

Grande parte do livro é descritivo. A leitura não é difícil, as palavras usadas não são desconhecidas, mas o mundo criado por Genevieve Valentine, é. Sendo assim, passamos a maior parte da leitura criando na nossa mente a realidade retratada. Precisamos construir tudo, quase nada está pronto. Então começamos a montar a lona, o picadeiro, os trailers. Depois, a cada descrição de personagem, começamos à montá-lo. Aquele tem pulmões de metal; o outro, toda a coluna; as trapezistas, ossos ocos de cobre. Começamos imaginar o cenário, com as cidades em ruína e um mundo praticamente anarquista.
Depois de visualizar o que Genevieve descreve, de fazermos parte do espetáculo, começamos a vivenciar as dificuldades de fazer parte daquela equipe. Viver no circo é como ter um lar em um mundo devastado, uma segurança. Porém, família é família e a convivência com algumas pessoas ali não é nada fácil. Fica bem claro que Elena, Bird e Stenos são pessoas complicadíssimas e eu não queria ter que viver com eles. Basicamente, o problema dos três é a asa. (Nota válida: A Bird é um personagem ótimo.)
A narrativa é intercalada entre George, um garoto nada mecânico que vive há tempos com o circo e uma terceira pessoa. Isso me incomodou um pouco, as vezes achando que era o George quem contava, até perceber que era impossível ele ter aquelas informações, e aí se dar conta que é um narrador terceirizado.
Além disso, o poder de Boss, embora seja revelado, fica muito vago. Não sabemos o porquê dela ter o dom, de quem ela recebeu e sabemos bem pouco sobre o que ele é capaz. Claro que livros de fantasia são assim mesmo, joga informações no ar para o leitor classificar como “mágica” e tudo bem, mas estou mais habituada a ficções científicas, e esperava uma explicação mais técnica. Um por que, quando, onde e como nunca é demais.
Nas primeiras cem páginas estava em dúvida se gostaria do livro. Pegava e largava a cada cinco páginas. Mas depois me acostumei com a narrativa e aí foi que foi. Li as próximas 200 páginas de uma só vez e num gás só.
Resumindo, além de ser um livro lindo – esteticamente, contém uma história completamente original e que daria um filme incrível (já que anularia toda a parte descritiva, que pode se tornar maçante, para um visual surreal).
Obs: A descrição das asas do Alec é tão incrível que eu queria elas pra mim. E brigaria com a Elena, com a Bird e com quem quer que fosse por elas.
“Isso é o que acontece quando se dá um passo: Você se aproxima daquilo que quer.”
\(^o^)/

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