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Desculpe o transtorno, preciso falar do Park

  • Luana Alves
  • 15 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

"DESCULPE O TRANSTORNO, PRECISO FALAR DO PARK

Eleanor e Park

Conheci ele no ônibus. Essa frase pode parecer romântica se você imaginar jovens americanos bem comportados indo para escola. Mas o ônibus em questão era aquele repleto de filhos do mal, típicos adolescentes dos anos 80 – influenciados pelo comportamento de Thriller. Quando as meninas populares zombaram do meu cabelo, ele se encolheu. Quando os meninos do time de futebol me chamaram de gorda, ele mexeu no walkman. Quando todos deixaram bem claro que não gostariam de dividir o banco comigo, ele deslizou para perto da janela e disse: “Sente-se aí. Caramba, é só sentar.” Ele tinha uns olhos puxadinhos, era mestiço, com certeza. Achei ele um idiota, mas não idiota-idiota... Passamos vários dias indo e voltando da escola em completo silêncio. Até o dia em que ele percebeu que eu estava lendo os gibis dos X-Men junto com ele. Depois disso, ele me apresentou ao The Smiths, Joy Division, The Cure... Começamos a namorar quando éramos adolescentes, mas parecia que a vida começava ali. Lemos todos os gibis dos X-Men e do Watchmen. Alguns várias vezes. Ele me deu todas as pilhas que tinha em casa e me gravou várias fitas. Fiz mais alguns inimigos e ele acabou quebrando a cara de um tal de Steve. Sofremos com os haters, como a Tina e o porco do meu padrasto. Dividimos o fone de ouvido. Das dez músicas que mais gosto, 9 foi ele que me apresentou. A outra é Two of us, dos Beatles, que apresentei a ele. Aprendi com ele quem era Psylocke e Ra’s Al Ghul, e outros nomes que o Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a sorte de namorar com ele. Um dia, fui embora. E não foi fácil. Choramos mais do que no final de The Champ e Love Story juntos. Até hoje, não tem um lugar que eu vá que eu não pense naquele maldito mestiço idiota. Parece que para sempre ele vai fazer falta. Se ao menos minha mãe não fosse tão tola, eu penso. Ainda estaríamos juntos. Essa semana, pela primeira vez, tive coragem de escrever para ele. Chorei tudo de novo, mas de gratidão por ter tido o primeiro amor mais bonito do mundo. Apesar de tantas dificuldades que enfrentamos, na nossa história, não faltou nada. - Eleanor."


***


Vi que o Rafinha Bastos se apropriou da ideia do Gregório e fez um texto contando a história de amor dele com a esposa. Se o Rafinha pode, eu posso? Acho que sim, então aí está. Me diverti escrevendo sobre esses personagens que amo tanto. Se ainda não leu, leia! É meu livro favorito (ou está entre eles) e é da minha escritora favorita também.



Texto do Gregório Duvivier, AQUI.

Texto do Rafinha Bastos, AQUI.


(。’▽’。)♡






 
 
 

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