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[Resenha] Razão e Sensibilidade - Jane Austen

  • Luana Alves
  • 12 de jan. de 2017
  • 4 min de leitura

Hey!


Razão e Sensibilidade foi o 3º livro da Jane Austen que li e ficou bem claro para mim um padrão da autora. Provavelmente influenciada pela preocupação feminina da época em que viveu, os livros da Austen giram em torno de moças e suas buscas por matrimônios bem sucedidos (e eventuais dificuldades para obtê-los). O que é irônico, já que a autora nunca se casou.

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TÍTULO: Razão e Sensibilidade

AUTOR: Jane Austen

ANO DE LANÇAMENTO: 1811, edição de 2015

EDITORA: Martin Claret

PÁGINAS: Livro todo – 631; só o Romance em questão: 233

GÊNERO: Literatura internacional/ Romance


O título, Razão e Sensibilidade, foi uma ótima escolha para o obra, pois representa muito bem o objetivo de demonstrar como Elinor Dashwood era bem mais racional que a irmã, a romântica e sonhadora Marianne.

Logo no início ficamos sabendo que Elinor acredita que vai se casar com Edward Ferrars, embora a personalidade dele não deixe muito claro quais são suas verdadeiras intenções e Elinor seja prudente demais para dar vazão aos seus sentimentos. Obrigadas a mudar de casa após a morte do Sr. Dashwood, Elinor se afasta de Edward e Marianne conhece Willoughby, um belo e cativante rapaz que estava visitando a tia nas proximidades.


“A timidez é sempre efeito de uma sensação de inferioridade, de um modo ou de outro. Se eu pudesse me convencer de que meus modos são perfeitamente graciosos e espontâneos, não seria tímido.” – Edward, pág. 63


Marianne se apaixona com intensidade e fervor e fica com o coração partido quando Willoughby avisa que precisa ir embora e o faz sem propor noivado.

Assim que surge uma oportunidade de ir à Londres com uma amiga da família, Marianne se empolga com a possibilidade de encontrar seu amor por lá e convence Elinor a acompanha-la. As coisas em Londres, porém, não são como Marianne havia previsto. Descobre-se coisas sobre o passado de Willoughby e de seus planos futuros. Como a extremamente sensível Marianne lidará com as descobertas?

Elinor, por sua vez, também passa a entender melhor as reservas de Edward. Como cuidar de suas próprias aflições e da irmã tão fragilizada?

Uma temporada em Londres que muda as perspectivas das irmãs Dashwood, premia o comportamento de uma e reprova as atitudes da outra. No final, fica bem claro que a autora não aprova o romantismo cego e isso se comprova pelo final dado à Marianne, que mudou da água para o vinho (mas que a autora quis dar a entender que “evoluiu”).


Achei a leitura de Razão e Sensilidade mais difícil de engrenar que os outros livros da Jane Austen que já tinha lido. Muitos personagens são acrescentados, alguns completamente irrelevantes para a história e muitos detalhes são dados sobre cada um deles.

Elinor é ótima! Não desprovida de sentimentos, mas de um altruísmo tão grande que acaba colocando os sentimentos dos outros à frente dos seus. Sempre preocupada com a mãe, com a irmã, com a amiga que as convidou para Londres, com Edward... E em nenhum momento vemos qualquer repreensão a uma atitude sua.

Marianne, como personagem, é mais interessante que Elinor, menos perfeita. Muito intensa, dramática, com ela é tudo 8 ou 80. Não sabe fingir simpatia, ser educada por obrigação, fingir desinteresse, amar pouco. As atitudes dela são constantemente reprovadas pela narradora, mas acho que não haveria livro se não houvesse uma Marianne. Fiquei muito desapontada com o final dela (estou fazendo cara de triste enquanto digito. Não que eu aprove os românticos incorrigíveis, acho que o sofrimento de Marianne foi mesmo causado por só ouvir seu coração, mas o final dela me pareceu de alguém resignada, conformada, e não modificada de dentro para fora). Quanto ao final de Elinor, não poderia ter ficado mais feliz por ela.


“Não é o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras.” – Marianne, pág. 42.


A obra total, porém, é de uma excelência padrão Jane Austen. A maneira como conhecemos a fundo os personagens só é possível graças ao dom dessa mulher de descrever pessoas e intenções com uma veracidade tão impressionante que parece que somos vizinhos delas. O modo como ela mostra comportamentos opostos, para que o leitor julgue qual o mais adequado é também notável. E claro, somos transportados para a Inglaterra do início de 1800, vivenciamos os costumes burgueses da época e ficamos felizes por sermos mulheres do século 21.


Quanto a edição especial da Martin Claret, ela continua tão linda quanto quando comentei Orgulho e Preconceito, AQUI. Mas acho que deixei de comentar que as páginas são amareladas, o que dá maior conforto para ler, e embora sejam três livros unidos em uma única edição, o tamanho da fonte não é tão pequena a ponto de ficar desconfortável. A míope aqui conseguiu ler sem óculos e sem dificuldade. E a ilustração da capa de edições tão antigas para iniciar cada obra, dão um charme a mais.


Tem um filme baseado nesse romance, de mesmo nome, lançado em 1996. Ainda não vi, mas não passa dessa semana.

(*°∀°)=3

 
 
 

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