[Resenha] A Metamorfose - Franz Kafka
- Luana Alves
- 21 de jan. de 2017
- 2 min de leitura
Hey!
Que tal ler um livro que começa no clímax e que foi terminado em 20 dias? Ficou curioso, né? Ainda posso adiantar que é a obra mais famosa do autor e que começa assim:
“Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.”
Já na primeira linha me vi presa nessa narrativa bem incomum e não pude largar o livro até concluí-lo.

TÍTULO: A Metamorfose
AUTOR: Franz Kafka
EDITORA: BIIS (eBook Kindle)
LANÇAMENTO: Dezembro de 1915
PÁGINAS: 96
GÊNERO: Drama/ Clássico/ Ficção


É isso. Gregor Samsa se transformou num inseto gigante, uma espécie de baratona, e está deitado de costas em sua cama vendo suas patas se remexendo freneticamente. Apesar desse dia ter começado de forma bastante inusitada, o que preocupa Gregor é o fato de que ele não vai poder ir ao trabalho naquele dia (haha, juro!). Levantar da cama, ir até a porta, abrir a maçaneta, tudo é muito difícil para o homem metamorfoseado em inseto. Quando Gregor finalmente consegue abrir a porta, qual terá sido a reação de seus pais, irmã e patrão que estavam esperando-o? Como será o dia a dia de Gregor a partir de agora e como sua família lidará com essa transformação?
A família de Gregor passa por algumas fases desde que o descobrem modificado. Primeiro medo, depois resignação e, por fim, ódio.
Até então o primogênito da família Samsa proporcionava a todos uma vida confortável, ele era o único a trabalhar e prover o sustento. Mas insetos não podem trabalhar como caixeiro viajante! Todos na casa são obrigados a procurar um trabalho e o ressentimento deles por Gregor vai crescendo a cada dia.
***
A obra de Kafka pode passar por ficção fantástica, claro. Mas pra mim está mais para uma metáfora. Quantas pessoas continuariam nos amando se nos tornássemos completamente inúteis da noite para o dia? Se além de não contribuirmos com mais nada ainda aumentássemos seus fardos?
Pais que veem seus filhos metamorfoseados por um vício, maridos que veem as esposas transformadas por conta de uma doença emocional, esposas que não reconhecem seus maridos em homens gordos, calvos e desempregados no sofá, filhos que lamentam as doenças debilitantes dos pais.
Estamos a nos transformar a todo instante. Alguns, vão de lagartas para borboletas. Outros, de humanos para insetos asquerosos. Se as circunstâncias de nossas vidas revelarão o que há de melhor ou de pior em nós ainda não sabemos. E se for o pior, quantos permanecerão ao nosso lado? Quantos nos tolerarão por obrigação? Quantos ainda nos amarão, apesar de?
Terminei a leitura da obra mais famosa de Kafka confusa. Não sabia o que dizer sobre o que senti lendo. Fiquei surpresa, claro. Mas foi mais que isso. Me deixou inquieta, descontente e maravilhada. Não achava que um homem metamorfoseado em inseto me botaria pra pensar desse jeito.
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