[Resenha] Lugares Escuros - Gillian Flynn

Hey!

Mostrei lá no Instagram que ganhei um livro do meu irmão e cunhada esse final de ano e que ele estava no topo da lista para leituras. Comecei e terminei muito rápido porque suspense bom, mermão, não dá pra largar.

TÍTULO: Lugares Escuros

AUTORA: Gillian Flynn

EDITORA: Intrínseca

PÁGINAS: 351

GÊNERO: Mistério/ Thriller/ Policial

Libby Day sobreviveu a um massacre. Quando ela tinha 7 anos, sua mãe e irmãs foram assassinadas em casa. A pequena Libby conseguir fugir e se esconder e seu irmão, Ben, com 15 anos na época, foi condenado à prisão perpétua pelos crimes. Libby recebeu várias doações de pessoas que se compadeceram da pobre garotinha ruiva que havia perdido tudo. Libby viveu daquele fundo até completar 31 anos, mas o dinheiro estava quase acabado e ela teria que se virar para conseguir mais. Lyle Wirth, responsável por um grupo chamado Kill Club (#medo), procura Libby e lhe faz uma oferta irrecusável: Eles lhe dariam dinheiro se ela aceitasse revirar aquela história, indo procurar naquele lugar escuro de sua mente, novas informações sobre o massacre dos Day. Será que Bem pode ser inocente? Será que o testemunho de Libby, quando criança, ajudou a condenar um inocente?

Libby é escrota e por isso eu gostei dela. Ela é fruto de uma família cheia de problemas e passou por um trauma inimaginável ao encontrar a mãe e as irmãs mortas. Cresceu sendo odiosa, irritando cada um dos parentes que a recebiam em seus lares. Egoísta, cleptomaníaca, agressiva, estúpida. E o mais incrível é que você não consegue odiá-la.

"Eu tenho uma maldade dentro de mim, tão real quanto um órgão. Corte minha barriga e talvez ela escorra para fora, viscosa e escura, e caia no chão para que você possa pisar nela. É o sangue dos Day."

O presente é contado em primeira pessoa por Libby, assim conhecemos bem os pensamentos e sentimentos dela em relação a tudo que ocorreu. Mas Libby era muito pequena e seu ponto de vista é extremamente limitado. O legal é que a Gillian incluiu Flashbacks da Patty (matriarca Day) e de Ben (o Day condenado). O dia anterior aos assassinatos, 02/01/1985, é contado do ponto de vista de Patty e Ben, dessa forma, podemos ter uma visão bem mais ampla do que aconteceu para culminar naquela tragédia.

Libby encontra Ben depois de 24 anos sem terem contato. Ela vai atrás de seu pai, descobre que as acusações contra Ben vão além dos assassinatos, que ele também era acusado de molestar crianças e de fazer parte de um culto ao diabo. Mas nada disso condiz com o irmão atencioso com quem ela convivia, ou com o homem-poeta-amigável que estava preso. Por que ele não recorreu da sentença, tentou recursos?

"Nada a fazer a não ser fazer."

As narrativas de Ben e de Patty são inseridas aos poucos e você só descobre toda a verdade (que me surpreendeu demais!) nas últimas páginas. Suspense incrível! Gillian Flynn se afirmando como uma grande escritora e mentora de crimes impensáveis.

"(...) Os assassinatos haviam me deixado permanentemente desequilibrada para esse tipo de avaliação. Eu supunha que tudo de ruim no mundo podia acontecer, porque tudo de ruim no mundo já havia acontecido."

Algumas tolices que fazemos tem consequências para vida toda. Pequenos atos irresponsáveis que refletem sobre todos aqueles que convivem com você. Erros irreparáveis. E a grande questão é: Como conviver com isso?

"Se "ses" e "mas" fossem doces e nozes, todos teríamos um natal muito feliz..."

A edição da Intrínseca tá ótima: A capa possui orelhas, a fonte é grande e confortável, as páginas são de uma excelente opacidade, deixando a leitura agradável por um longo período.

Se você gosta do gênero, leia! Se você não gosta de ler, mas gosta do gênero, veja o filme. Charlize Theron interpreta Libby e algo me diz que dará mais medo ao ver do que ao ler. Não sei, ainda não vi, mas verei.

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#livros17