[Resenha] Cidade dos Etéreos - Ransom Riggs
- Luana Alves
- 1 de fev. de 2017
- 4 min de leitura
Hey!
A Série O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares fez o maior sucesso e chegou a ficar em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times. Foi considerado tão inovador que já o primeiro romance de Ranson Riggs foi adaptado para o cinema. Chique, né? Hoje vamos conversar um pouco sobre o 2º livro da série: Cidade dos Etéreos, mas você encontra a resenha do primeiro livro AQUI, e do filme AQUI.
Se você assistiu ao filme e está pensando em partir direto para o segundo livro, não faça isso! O final do filme alterou tanto o final do livro que você vai ficar completamente perdido. Leia o primeiro livro ou, pelo menos, a partir do capítulo 9. Pode ficar estranho porque eles mudaram os poderes e as características de algumas crianças, mas acho que dá pra entender. E não aconselho a ler esta resenha, já que pode haver spoilers do primeiro livro.
Mas, se você já está por dentro do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, venha comigo pra conhecer a Cidade dos Etéreos.
(Edição de capa dura com a Jacket)
TÍTULO: Cidade dos Etéreos
AUTOR: Ranson Riggs
EDITORA: Intrínseca
PÁGINAS: 358 + 25 de extras
LANÇAMENTO: 5 de Fevereiro de 2016
GÊNERO: Fantasia / Aventura

Jacob, a Srta. Peregrine presa à forma de ave e as crianças peculiares estão em um barquinho, deixando a ilha na qual viveram toda uma vida. Assustados, cansados e famintos, eles enfrentam vários perigos no mar até chegarem em uma ilha. Mas ainda não podem descansar porque há acólitos por toda a parte, com cães farejadores, em busca da ymbryne que escapou e das crianças peculiares. A ave mostra para eles um conto sobre um gigante que viveu há muito tempo, no livro dos Contos Peculiares, e as crianças logo descobrem que não é um conto de fadas, apenas. Os contos contém informações reais que podem ajudá-los, e ao encontrarem a cabeça do gigante, encontram também uma fenda temporal. Uffa! Livre dos acólitos que estavam no encalço! Do outro lado da fenda, logo eles descobrem que um etéreo conseguiu entrar na fenda (Como? Isso não era impossível?) e Jacob vê seus poderes crescerem. Logo eles encontram os animais citados no conto do livro e Addison, um cachorro peculiar, explica que se não ajudarem a Srta Peregrine logo, ela ficará presa à forma de ave para sempre. Só quem pode ajuda-la é uma outra ymbryne, e as crianças partem atrás da srta. Wren, a última ymbryne que eles acreditam estar livre. Correndo contra o tempo, entrando em fendas e viajando no tempo, encontrando outros peculiares pelo caminho, lutando contra etéreos e acólitos no meio do caos da 2ª Guerra Mundial, acompanhamos Jacob e as outras crianças peculiares numa tentativa de não deixar o mundo peculiar morrer.
***
“Um novo mistério reside na essência do mistério da natureza.” – Perplexus Anomalous
(Edição de capa dura sem a Jacket)
O grande lance do primeiro livro, as fotografias estranhas e reais, também estão presentes em Cidade do Etéreos. Mas dessa vez, elas estão mais fora do contexto. No primeiro livro, Jacob vê as fotografias do avô, depois encontra as fotografias no Orfanato bombardeado, depois as crianças peculiares lhe mostram as fotos. Elas tem um motivo para estar ali. Em Cidade dos Etéreos, as fotos servem como ilustrações para história. Eles encontram um peculiar em uma fenda temporal, descrevem suas características e lá está a foto para representá-lo (mas a foto não existe na história). Mesmo sem um propósito tão claro, as fotos são perturbadoras e incrementam a narrativa.
Assim como no primeiro livro, a história demora um pouco para engrenar. Passei dias para ler apenas alguns capítulos (e sei que muitos desistem aí), mas depois do capítulo 5 a leitura flui muito bem e consegui terminar o livro em algumas horas.
Em Cidade dos Etéreos, podemos conhecer melhor a personalidade de cada uma das crianças. O espírito maternal de Bronwyn, o rabugento do Enoch, a amizade de Hugh com seus insetos. Descobrimos também qual foi a reação dos pais das crianças ao descobrirem suas peculiaridades, as dificuldades que enfrentaram por serem diferentes e o porquê de verem a Srta. Peregrine como uma mãe.
“Era tudo o que lhes restava da casa onde viveram. Só porque sabiam que estava perdida, não significava que soubessem como se desapegar dela.”
Acompanhar o progresso de Jacob, como ele se torna mais confiante e seguro é muito bom.
“E um dia, também como meu avô, eu faria algo importante. Ele dizia: “Você vai ser grande, Yacob. Grande mesmo.” E eu perguntava: “Como você?” Ao que ele respondia: “Melhor que eu.””
Há menos romance no 2º livro, já que ele é bem mais cheio de ação que o 1º.
“Quanto mais Emma se afastava, mais depressa a roda girava, como se houvesse um cordão invisível se desenrolando, esticando-se entre nós dois; e como se, caso Emma avançasse rápido demais, esse cordão fosse arrebentar – o que me mataria.
Fiquei me perguntando se aquela dor estranha e doce era amor.”
Sério, é muita ação. Senta um pouquinho, come um pouquinho e paulera de novo: bombas caindo, etéreos perseguindo, acólitos fardados os interceptando. Prendi a respiração várias vezes até passar o sufoco, mas a paz durava pouco e lá estavam eles em dificuldades de novo.
Descobrimos o plano dos acólitos e como eles conseguiram evoluir os etéreos para entrarem nas fendas temporais. Esse plano novo, que envolve experimentos com peculiares, coloca em risco todos que possuem o dna peculiar.
“Algo do tipo – concordou Millard. – Alguns acreditam que, tal como o sangue ou o líquido cerebrospinal, nossa peculiaridade tem substância física. Outros acham que está dentro de nós, mas é intangível. Uma segunda alma.”
O final é muito surpreendente. Tipo demaaaais. Não vejo a hora de ler o terceiro livro da série e descobrir, de uma vez por todas, se Jacob, Emma e as outras crianças conseguiram salvar o mundo peculiar dos planos sombrios dos acólitos.
(Clique sobre a imagem para ampliá-la)
A edição da Intrínseca tá uma coisa de linda! Capa dura, as fotos, arabescos em todas as páginas, diagramação perfeita, páginas grossas, amareladas e opacas (minha visão agradece) e diagramação impecável. Também não encontrei erros no português, a não ser os propositais. Uma obra de arte na minha estante.
(✯◡✯)

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