[Resenha] Sejamos todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie
- Luana Alves
- 16 de fev. de 2017
- 3 min de leitura
Hey!
E a minha dificuldade em escrever o nome da escritora? Digita 2 letras, dá uma olhadinha na capa do livro, mais duas letras, outra olhadinha, mais 2... espera, uma olhadinha no nome da capa. Valorize o esforço da blogueira, tá? A cada citação do nome da Chimamanda Ngozi Adichie foram usados cerca de 15 minutos da minha vida. Hahaha, prazer, eu sou O Exagero.
Chimamanda (fica mais fácil com a prática, rs) é uma escritora nigeriana que já publicou 6 livros e recebeu diversos prêmios. Africana, negra e feminista ela tem chamado atenção pelo seu discurso poderoso pela igualdade de gênero e contra o preconceito em geral. Em 2010, ela entrou na lista dos 20 autores de ficção mais influentes com menos de 40 anos.
Percebemos claramente que a tradução de Ngozi é Poder (piada, minha gente, piada).
Sejamos todos Feministas foi a primeira obra que li dessa mulher, mas seus romances já estão na minha Wishlist. Half off a Yellow Sun, adaptação para os cinemas de um livro dela (que leva o mesmo nome), também entrou para minha lista de urgências.

TÍTULO: Sejamos todos Feministas
AUTORA: Chimamanda Ngozi Adichie
EDITORA: Companhia das Letras
ANO: 2015
PÁGINAS: 64

A autora participou em Dezembro de 2012 de uma conferência TED, onde palestras rápidas são feitas sobre assuntos determinados. O discurso de Chimamanda teve 30 minutos de duração e o tema foi feminismo. Sejamos todos Feministas é o esboço dessa palestra transformado em livro. Se você não gosta de ler, pode ver o vídeo e entender o teor da mensagem de Chimamanda da mesma forma. Claro que a escrita tem algumas vantagens, informações adicionais foram adicionadas e a ordem reformulada. O livro é bem curtinho, não levei mais que uma hora para chegar ao final. Talvez tenha sido mais que isso, mas leitura boa voa e a gente nem vê.
"A já falecida nigeriana Wangari Maathai, ganhadora do prêmio Nobel da paz, se expressou muito bem e em poucas palavras, quando disse que quanto mais perto do topo chegamos, menos mulheres encontramos."
Ela nos traz a atenção que pessoas boas podem não perceber o machismo mascarado no dia a dia. Algumas coisas se tornaram tão comuns que são aceitas sem serem questionadas. Ela fala sobre como as mulheres são tratadas na África e, não se engane, não é muito diferente do Brasil.
Algumas questões são levantadas. Por que os garçons se dirigem apenas aos homens à mesa? Por que os recepcionistas acham que uma mulher desacompanhada em um hotel caro é uma prostituta? Por que as pessoas têm medo da palavra feminista?
"Perdemos muito tempo ensinando as meninas a se preocupar com o que os meninos pensam delas. Mas o oposto não acontece. Não ensinamos os meninos a se preocupar em ser "benquistos"."
Ela passa por vários estereótipos que as feministas carregam. Infelizes, odeiam os homens, não se depilam, não se maquiam. Mas, na verdade, não precisa ser assim. Dá pra ser feminina e feminista. Você não precisa querer ganhar dos homens, como se houvesse uma competição. Ser vista, valorizada e respeitada é o que o movimento prega.
"O problema da questão de gênero é que ela prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do gênero."
Tem muita piração em volta do movimento? Tem. Mas tirando todo o radicalismo que algumas impõem, o que sobra é um tema necessário e que precisa ser discutido e vir à tona. Claro que a humanidade já melhorou muito no seu reconhecimento à mulher, mas ainda dá pra melhorar um bocado. E é sobre isso que Chimamanda discursa. Todos podem ser Feministas e quanto mais gente começar a repensar o papel das mulheres na sociedade, mais rápido as coisas mudarão. Sendo assim, recomendo a leitura do livro não só para as mulheres (veja bem, como o problema nos afeta diretamente devemos ser as maiores interessadas), mas para todos.
A palestra:
(♡ ♡ -_-)

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