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[Resenha] A sombra do vento - Carlos Ruiz Zafón

  • Claudia Del Santo
  • 10 de abr. de 2017
  • 4 min de leitura

“Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó e cujo o cheiro ainda conservo nas mãos.”

Gente, não tô sabendo lidar com o fim desse livro. Alguém aí já leu A Sombra do Vento? Essa história é muito tombável, MelDels. E além de a trama ser muito bem desenvolvida, bem amarrada, bem estruturada, ainda comba com uma escrita que não é um tiro, é uma metralhadora automática fora de controle. Rs


O livro conta a história de Daniel Sempere, um garotinho de 10 anos que perdeu a mãe e sente muito a falta dela. Ele mora com seu pai, Sr. Sempere, em cima da pequena livraria da qual o pai é proprietário. Uma noite o Sr. Sempere decide que Daniel já tem idade suficiente para conhecer O Cemitério dos Livros Esquecidos e o leva até lá.


“Ninguém sabe ao certo desde quando existe ou quem o criou. Conto a você o que me contou meu pai. Quando uma biblioteca desaparece, quando uma livraria fecha suas portas, quando um livro se perde no esquecimento, nós, guardiões, os que conhecemos esse lugar, garantimos que ele venha para cá.”


Só tem duas regras que Daniel precisa seguir: 1 - Não falar sobre O Cemitério dos Livros Esquecidos com ninguém e 2 - Escolher um livro do labirinto de estantes que aquele lugar abriga e garantir que esse livro não desapareça.


Sendo assim, Daniel percorre aquele lugar até adotar seu livro (ou ser adotado por ele). O título escolhido é A Sombra do Vento, escrito por um autor espanhol desconhecido, um tal de Julián Carax.


“Cada livro, cada volume que você vê tem alma. A alma de quem o escreveu, e a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro troca de mãos, cada vez que alguém passa os olhos pelas suas páginas, seu espírito cresce e a pessoa se fortalece”.


Daniel se encanta com a história desse livro e fica obcecado querendo ler outras obras do autor, mas quando começa a procurar por livros de Julián, descobre que todos os livros do escritor foram queimados e que ele próprio corre perigo pelo simples fato de possuir um volume.


A medida que Daniel cresce e sua busca por Julián se intensifica, a história de A Sombra do Vento e a história de vida do autor se relacionam com a dele, de modo que fica impossível atribuir a escolha do livro ao acaso.


Posso garantir que é uma leitura empolgante, cheia de personagens encantadores (destaque para Fermín Romero de Torres. Tô caída de amor pelo magricelo, narigudo e sequelado ex mendigo) e tanto mistério que você não vai descansar até chegar a última página. E que final, minha gente! Fiquei arrepiada com o final dessa história.


O palco de toda essa aventura é uma Barcelona ferida, depois da guerra civil. Se antes eu já tinha vontade de visitar essa cidade, se eu pudesse e meu dinheiro desse, já estava lá agora mesmo.


Perceberam? A obcecada por um livro agora sou eu, e terei que ler todos os livros de Carlos Ruiz Zafón. Rá! A boa notícia é que descobri que A Sombra do Vento é o primeiro volume da série O Cemitério de Livros Esquecidos. Já tem publicado no Brasil as continuações: O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu pela Suma de Letras, e o mês que vêm chegará às livrarias edições repaginadas desses livros, em comemoração ao lançamento do quarto e último livro da série: O Labirinto dos Espíritos, que pelo que pesquisei, tem mais de 900 páginas em espanhol. UOU!!! Já amo, inclusive, quero. Pelo que notei por aí, os fãs de Zafón (que não são poucos, e já me incluo entre eles) mal seguram a emoção. Já estou num projeto de ler os outros dois livros antes do lançamento do quarto. *-*


A Sombra do Vento está recomendadíssimo. Todo mundo deveria ler esse livro. A escrita do Zafón é mágica, poética, apaixonante...


A edição que eu tenho é linda, da Suma de Letras, é a mesma que está nas livrarias atualmente. Pelo que vi no Instagram da editora, não vão mudar a foto da capa na nova edição. Isso é muito bom, pois essa foto conversa bem com o conteúdo do livro. Chega me dar certa nostalgia olhando para ela. Só mudaria o tamanho da fonte do texto para maior.


Ah, só para constar, eu não dou 5 estrelas para essa obra. Dou uma constelação inteira.


Se não leu, leia. Se leu, me diga o que você achou, adoraria saber. E para finalizar, deixo vocês com um quote do Fermín Romero de Torres <3:


“O coração de uma mulher é um labirinto de sutilezas que desafia a mente grosseira do homem trapaceiro. Para realmente possuir uma mulher, é preciso pensar como ela, e a primeira coisa a fazer é ganhar sua alma. O resto, o doce e fofo embrulho que nos faz perder os sentidos e a virtude, vêm por acréscimo”.


Aplausos para o Fermín.


Câmbio, desligo.

 
 
 

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