[Resenha] Perdida - Carina Rissi
- Luana Alves
- 27 de abr. de 2017
- 4 min de leitura
Hey!
Deixa eu contar uma pérola da minha mãe, haha. Fui visitá-la no início do mês e levei o livro que estava lendo. Minha mãe é uma super leitora e é bem provável que nosso gosto por ler esteja escrito no nosso DNA. Quando ela viu o título do livro ela me olhou com um olhar de reprovação! Kkkk Dona Cida achou que “Perdida” era um sinônimo de safada. Calma, puritanos do meu coração, pois a protagonista está perdida no espaço/tempo, e só talvez moralmente.
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Assim que decidi entrar para esse mundo louco e lindo dos blogs, me deparei diversas vezes com indicações dos livros da Carina Rissi. Acho super importante apoiar autores nacionais, mas confesso que acabava ficando com os clássicos e deixando de lado escritores atuais. Mudei (ou estou em processo, rs) e adquiri o box da Carina Rissi para me aventurar na literatura nacional contemporânea. E, preciso admitir, perdi mó tempo! A leitura de Perdida foi deliciosa.
TÍTULO: Perdida - Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
AUTORA: Carina Rissi
PÁG: 362
ANO DE LANÇAMENTO: 2013
EDITORA: VERUS
GÊNERO: Romance, fantasia

Sofia é uma jovem de 24 anos, órfã e dona de um apartamento bagunçado e uma vida idem. Tem um emprego que não gosta e não acredita no “felizes para sempre”. Paradoxalmente, é uma grande fã de Jane Austen e de Orgulho e Preconceito, ou seja, há um romantismo latente ali. Depois de uma bebedeira daquelas que resultou no seu celular no fundo da privada de um bar, Sofia, uma nomofóbica* de primeira, vai em busca de um aparelho novo e encontra uma vendedora bem enigmática.
– Você tem o que eu quero?
–Talvez eu tenha exatamente o que você precisa – ela disse, mais para si mesma. Ou pelo menos foi o que me pareceu. – É um aparelho muito especial, muito especial mesmo! É muito raro!
Ao tentar ligar o aparelho, porém, Sofia percebe que ele não é um celular comum. Após um clarão muito forte sair da tela, Sofia se dá conta de que não está no mesmo lugar. Ela se encontra em 1830 e é resgatada por um nobre cavalheiro chamado Ian Clarke (pausa looonga para suspiro apaixonado).
Aos poucos, Sofia vai recebendo algumas mensagens no celular para explicar por que ela foi parar em outro século.
– Você não voltará até que encontre o que procura. Terá que completar sua jornada. Mas terá que permanecer aí até que a complete. Você não está sozinha, acredite.
Uma roqueira modernete de All Star vermelho cai em um século diferente e protagoniza cenas hilárias para tentar se adequar ao tempo e lugar onde está. Suas gírias contrastam com o português refinado do Sr. Clarke.
Sem saber o que está procurando ali, Sofia vai vivendo um dia de cada vez, aproveitando da companhia do seu “Sr. Darcy” e aprendendo a gostar cada dia mais daquele lugar. Entretanto, ao encontrar o que procurava, sua jornada estará concluída e ela voltará ao nosso século. É isso o que ela quer, não é?
Gostei muito da Sofia. A história é narrada por ela e é bem divertida, ri alto em alguns momentos. Sofia está um tanto perdida em si, como tantas de nós, que não sabemos o que de fato queremos da vida. Mas, algo muito legal na protagonista é que ela é bem verdadeira com o que sente. A confusão dela entre ir e ficar; ir, mas deixar outras pessoas sofrendo,;ficar e não ver mais a melhor amiga ou o micro-ondas... Você entende e se vê nas indecisões dela.

Quanto ao mocinho. Ai! Quero ele! O Ian é perfeito. Cortês, gentil, galanteador, manja dos paranauê... Perfeito. Creio que a intenção da autora era dar um Sr. Darcy para Sofia. Mas, o Ian foi concebido no nosso século, parido por uma mulher que vive o que vivemos hoje. Assim, o linguajar dele, embora polido, não é nem de perto tão rebuscado quanto os diálogos criados por Austen. Seus modos, embora corretos, se assemelham mais aos de um bom rapaz dos nossos dias do que os de alguém nascido em 1800 e tra lá lá. E eu é que não vou reclamar disso. Sabe um Sr. Darcy mais palpável? Pois é, incrível assim. Só sei amá-lo.
Achei a construção da história bem acertada. O início não é arrastado, logo ela está em 1830 e quando você menos espera, puf!, uma grande reviravolta acontece.
Perdida me tirou algumas lágrimas, não esperava que isso acontecesse, mas... geral já sabe que eu sou chorona, então releve, please. O amor que é construído ao longo dessas 300 páginas é puro e forte e tocante e invejável (já disse que quero o Ian pra mim?) e etc.
A edição da Verus tá um amor. Olha essa capa, minha gente! Que graça! A edição conta com abas, folhas amareladas e fonte de um tamanho muito agradável. a diagramação tira um 10 bem redondo.

Tem pontos negativos? Tem. Embora seja um livro com muitas páginas, descreve o passar de apenas alguns dias. O Ian é “O” cara? É. Mas, talvez, alguém tão antiamor como a Sofia precisaria de mais tempo para se render tão completamente. E o que mais me incomodou foi a cara de contos de fada que foi assumindo. Não sei exatamente o que esperava, mas não era isso.
E, alguns erros ortográficos me incomodaram. A ausência de travessão é bem constante e de alguns acentos também.
Achei o final tão belo, coerente e amarradinho que juro que não entendi o porquê de ter mais 3 livros da série. Poderia ter acabado ali e estaria digno. Porém, não vou me negar a ler nada que tenha o deuso do Ian. Então, em breve vocês terão notícias sobre Encontrada, Destinado e Prometida, as continuações de Perdida.

Já leu? Amou como eu? O que eu posso esperar das continuações? Vem, vamos trocar figurinhas, é só comentar aqui.
*Nomofobia é o medo exagerado de ficar sem celular.
(* ^^ *) ♡

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