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[Resenha] A Menina Submersa - Caitlin R. Kiernan

  • Luana Alves
  • 9 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Hey!


Desde que vi a foto do livro A menina Submersa pipocando pelas redes sociais sabia que iria comprá-lo. Só pelo fato de que ele é o livro mais lindo do mundo. Palmas para a DarkSide. Porém, todas as resenhas que eu li sobre ele revelavam muito pouco sobre a trama e eu não sabia bem o que esperar da leitura. Agora eu entendo o porquê de falarem pouco sobre a história. É difícil saber o que dizer e foi difícil lê-lo; comecei no final de março e só consegui terminar ontem. Nunca demorei tanto para concluir uma leitura, mas, não me entendam mal, não é um livro ruim. Só é difícil e se você continuar lendo vai descobrir os motivos.

TÍTULO: A menina submersa

AUTORA: Caitlin R. Kiernan

ANO DE LANÇAMENTO: 2013

PÁGINAS: 317

EDITORA: DarkSide

GÊNERO: Literatura Fantástica

O livro é narrado por India Morgan Phelps.

“Eu sou doida porque Rosemary era doida e teve uma filha, e Rosemary era doida porque minha avó era doida e teve uma filha.”


India ou Imp, como é chamada, sofre de esquizofrenia paranoica. Ela narra o livro em primeira pessoa, mas sua narrativa não é linear. Ela vai e volta no tempo, ela própria se corrige e deixa bem claro que embora os acontecimentos sejam verdadeiros (para ela), podem não ser factuais.


“O que não significa dizer que cada palavra será factual. Apenas que cada palavra será verdadeira. Ou tão verdadeira quanto eu consiga.”


Imp vê o quadro A Menina Submersa pela primeira vez quando tem 11 anos, e esse quadro causa fortes impressões na garota. Ela fica obcecada pela obra de Saltonstall e passa a pesquisar tudo sobre ele e sobre o quadro. Imp passa a fazer associações da tela com afogamentos e sereias, procurando segredos ocultos por trás do famoso quadro.

Outra pintura que mexeu demais com a cabeça de Imp foi Fecunda Ratis, de Perrault, que a deixou perturbada pela semelhança com Chapeuzinho Vermelho.

"A importância dos contos de fadas e seu amor por 'A Pequena Sereia’, bem como sua aversão por ‘Chapeuzinho Vermelho’ são justamente o coração da história de fantasmas que ela está escrevendo.”


India vai e volta no tempo dizendo que ela encontrou a mesma mulher duas vezes, uma em julho e outra em novembro, e que em julho era uma sereia e em novembro, um lobo. A partir desse encontro com Eva Canning sua vida muda completamente. Sua doença que estava sob controle, volta à tona com força total. Sua namorada, Abalyn, a abandona. E Imp acredita que escrever o que aconteceu vai ajudar a lidar com os cacos que restou dela.

Mas não é fácil para ela escrever. Ela adia e protela e vai contando aos poucos sobre os encontros que teve com Eva. É uma história muito, muito confusa, e você nunca tem certeza se realmente aconteceu ou se Imp criou em sua mente uma história. Não sei se o livro for lido mais de uma vez, se você será capaz de encontrar mais respostas do que eu encontrei. Ou se é tudo fruto da loucura dela. Embora, às vezes, ela relate alguns fatos, como inscrições em lápides ou conversas com outras pessoas, que embasam a história dela, por mais fantástico que isso pareça.


Embora ela chama sua história de “História de Fantasmas”, não chega a ser sobrenatural. É de fantasmas porque a assombram.

Ler A Menina Submersa é entrar na mente de alguém com sérios problemas mentais. Você passa a viver toda a dor que é estar na mente de Imp. Ela não tem controle nenhum de seus pensamentos e te joga de um lado para o outro, no que para ela é real, mas que você sabe que não deve ter acontecido exatamente como ela narra. E ela sofre e você sofre com ela.

Foi uma leitura tão densa, que depois de virar só umas 5 páginas eu estava exausta. Sério. A narrativa da Imp me sugava de um modo que me dava sono. E eu nunca fico com sono lendo. Não é um livro ruim, de forma alguma. É um mergulho profundo dentro de uma mente doente, o que pode ser bem didático. É extremamente bem escrito (palmas para Caitlin)! Além disso, traz referências sobre arte, literatura, música e games. Aprendi muita coisa sobre muita gente dando um Google nos nomes citados por India Morgan.

Sobre a edição da DarkSide, sem comentários. É perfeito! Desde os cortes laterais em pink, a capa dura em relevo, que lembra metal, a diagramação repleta de ilustrações e gravuras. Uma obra-prima!

Preciso dizer que não é um livro fácil e muito menos fluído. Também não é um livro para todo mundo. E, para aqueles que se veem lendo, não é para qualquer momento.

A Menina Submersa é só pra quem aguenta, rs. Mas, que ele vai deixar a estante de qualquer um mais bonita, isso vai.


 
 
 

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