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[Resenha] A Fúria e a Aurora – Renée Ahdieh

  • Claudia Del Santo
  • 9 de out. de 2017
  • 4 min de leitura

Confesso que não sou uma grande fã do gênero fantasia, mas não desdenho as obras, pois acredito que em algum momento vou encontrar uma história, um livro, um autor que fará com que eu repense as minhas preferências. É tudo questão de dar uma chance e experimentar coisas novas. Estou irremediavelmente apaixonada por esse livro, mesmo se tratando de uma fantasia, e me encontro ansiosa para ler a sequência.

A Fúria e a Aurora é o primeiro volume de uma duologia. A obra é uma releitura do conto As Mil e Uma Noites.

resenha a furia e a aurora

Título: A Fúria e a Aurora #1

Autora: Renée Ahdieh

Editora: GloboAlt

Gênero: Ficção Americana/Releitura de Contos de Fada/Fantasia

Páginas: 335

Ano de Lançamento: 2016

O califa de Khorasan, rei Khalid, de apenas 18 anos é conhecido por assassinar suas esposas. Depois da noite de nupcias, ao nascer da aurora, a nova rainha é encontrada asfixiada, com um lenço de seda amarrado ao pescoço. Esse é o destino de muitas jovens.

Contrariando a lógica, Sherazade se oferece para ser a nova esposa de Khalid. A moça não quer morrer, na verdade, ela quer matar o rei com as próprias mãos, para vingar a morte de sua melhor amiga, Shiva, que foi uma das desafortunadas noivas.

Sherazade é uma garota impulsiva, boca-dura, destemida, mas não é maluca. Ela é excelente no arco e flecha e acredita que terá boas chances contra o rei-menino, até encontrá-lo na noite fatídica. A moça compreende logo que não levará vantagem numa luta braçal contra o rei, então ela precisa de tempo para descobrir uma fraqueza dele, ou conseguir uma arma, por essa razão, ela astutamente decide contar uma história para Khalid, mas como a história não termina com o nascer da aurora, ela lhe implora mais um dia de vida, para que possa terminar a história na noite seguinte. O rei, interessado tanto na história quanto no motivo que levou a garota a se voluntariar como sua esposa, permite que Sherazade viva mais um dia. E assim, com uma justificativa atrás da outra, a nova rainha vai sobrevivendo aurora após aurora.

O interessante é que nem tudo é o que parece e Sherazade ficará terrivelmente dividida entre sua sede de vingança e os sentimentos e curiosidade que Khalid desperta nela.


"Enfim, ela havia descoberto uma fraqueza nele – Ela.

E eu a usarei; vou descobrir porque Shiva teve de morrer. Mesmo que eu venha a morrer.”


Gostei de muitas coisas no livro (para não dizer tudo), mas vou destacar primeiro a qualidade narrativa da autora. Ela é daquelas que sabe dosar as descrições, fazendo o leitor imaginar perfeitamente o cenário. Estive em desertos, com a areia entre os dedos dos pés e o sol castigando minha pele. Vi camelos andando preguiçosamente. Senti o gosto de figos e damascos. Que delícia poder empreender uma viagem assim sem sair do lugar! Suas descrições são precisas, enão entediantes.

A autora optou por narrar em terceira pessoa, e isso foi uma ideia acertada. Dessa forma ela abrangeu diversos pontos de vista e deu profundidade aos personagens. Sem contar que venho de uma extensa fila de livros narrados em primeira pessoa. Nada como variar um pouco, né non?

Outra coisa que não encontro nas leituras que tenho feito é o título nos capítulos. Pode parecer um detalhe insignificante, mas foi um bônus (pelo qual não esperava) que contribuiu para a singularidade da obra.

Os personagens foram muito bem trabalhados, desde Sherazade (amei essa garota), Khalid, que apesar da pouca idade se mostrou maduro, misterioso e desamparado, bem como Tariq, Rahim, Despina, Jalal, Musa Zaragoza… Um desfile de bons personagens.

Tenho que destacar a maneira como essa releitura foi bem feita. As histórias que Sherazade conta lembra contos famosos: o gênio e os três desejos, Barba Azul, Aladim… Gente, tem até o tapete mágico presente nessa história, mas acredito que terá maior significado no próximo livro.

Recomendo essa obra para todo mundo. Só se joga!


A edição está linda, papel amarelado, diagramação e revisão bem feitas, mas a fonte do texto poderia ser maior. Amei o glossário com a tradução de algumas palavras para o nosso idioma. Todos esses cuidados deixaram a obra especial. Gostei bastante da capa, até ver a capa gringa, portanto, aconselho que não procurem a capa estrangeira, para se contentar melhor com essa aí. Rá!

Agora é torcer para que o próximo livro não decepcione.


Um beijo com sabor de cordeiro temperado com cúrcuma e cebolas caramelizadas. Hmmm...

Salamaleico!

Ops, quero dizer:

Câmbio. Desligo.

Sinopse no livro: Numa cidade dominada por um rei jovem e assassino, a cada amanhecer uma notícia triste chega a uma família. O rei de Khorasan, Khalid, de apenas 18 anos , é um monstro. Todas as noites ele convida uma garota para ser sua noiva e na manhã seguinte, ela é encontrada com um fino lenço de seda amarrado a garganta, sem mais respirar.

Quando a melhor amiga de Sherazade se torna vítima de Khalid, ela decreta vingança. Sherazade se oferece como voluntária para ser a próxima noiva do rei, e está determinada não apenas a sobreviver, mas a pôr um fim a esse reinado de horror. Noite após noite, Sherazade seduz Khalid e a ele sussurra histórias que encantam e garantem sua defesa. Contudo, ela sabe que cada aurora pode ser a última.

 
 
 

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