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[Filme] mãe!

  • Luana Alves
  • 18 de out. de 2017
  • 3 min de leitura

Hey!

Sabe aquele filme que você fica fazendo a brincadeira do bem-me-quer/mau-me-quer mentalmente? Uma cena: Esse filme é meio merda. Outra cena: Esse filme é fantástico. Uma cena: Esse filme é meio merda. Outra cena: Esse filme é fantástico. E graças aos céus que a última pétala foi um bem-me-quer. O filme é mesmo extraordinário.

resenha filme mãe

TÍTULO: mãe!

DIRETOR e ROTEIRISTA: Darren Aronofsky

LANÇAMENTO: 21 de setembro de 2017

ESTÚDIO: Paramount Pictures

DURAÇÃO: 2h 1m

CLASSIFICAÇÃO: 16 anos

GÊNERO: Suspense/ Drama

Sinopse: Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções.

A Sinopse não revela nem 1/3 do que o filme contém. É só uma metáfora para algo muito, muito maior. Quando a li, fiquei intrigada do por que de um filme campestre estar causando tanto burburinho. Mas, devido a algumas indicações a prêmios, decidi que valia arriscar. A sinopse não poderia revelar mais, assim como eu não posso ou vou estragar sua experiência com o filme. Posso, porém, descrever como me senti ao assisti-lo e garanto que nenhum outro filme que vi despertou tantas sensações diferentes em mim antes.

Todo o filme se passa em um único cenário, uma casa no meio de um campo aberto. Um casal, que aparenta se dar bem, embora estejam um pouco distantes, passam os dias ali. Ele, tentando escrever, criar algo novo; ela, trabalhando na reforma da casa. Os nomes deles não são citados. Logo percebemos que ela tem uma relação especial com a casa.

Quando visitantes começam a chegar, tudo começa a ruir. Tanto o relacionamento do casal, quanto a própria casa.

É angustiante! Senti raiva, muita raiva, ao me colocar no lugar da esposa, com tantos hóspedes ingratos e folgados. Por ela não se impor, por se manter submissa e controlada. As coisas se acalmam por um tempo e pude relaxar, embora ainda me sentisse meio perdida. Acho péssimo não entender tudo o que está acontecendo, mas sabia que essa era a proposta do filme.

Logo o marasmo acaba e as coisas ficam ainda piores. Mas aí eu já estava entendendo alguma coisa e foi mais fácil assistir me


prendendo ao simbolismo da cena. É forte. É chocante. É grotesco.

Se eu não estivesse entendendo o que estava por trás, teria me levantado e ido embora. Creio que quem não conseguiu captar o sentido por trás dos acontecimentos achou só traumático.

Já tinha entendido o papel de algumas pessoas, mas não o da mãe! Só fui ter certeza sobre quem ela era na cena final. E okay, porque tendo entendido quem era quem, pude recapitular as cenas e achar significados em várias delas. O roteirista e diretor foi incrível! As cenas são viscerais e chocantes, mas o sentimento que ele causa em nós (é impossível se sentir indiferente) nos faz entender plenamente a decisão tomada por ela na última cena. Quem agiria diferente? E nos faz repensar nossas ações quais hóspedes também.

Vale enfatizar o desempenho da Jennifer Lawrence como a protagonista. Entendemos muita coisa só por meio das expressões faciais dela.Com um olhar ela nos guia para onde nossa interpretação deve ir. Genial.

Há uma forte referência religiosa na obra. Creio que se você conhecer um pouco a Bíblia sua interpretação será mais fácil. Há uma crítica bastante incisiva também à religiosidade.

Resenha confusa? Não conseguiu acompanhar? Experimente assistir mãe! então. Eles ampliaram bem o sentido da palavra ‘confuso’.

Com certeza um filme para nos tirar da zona de conforto, nos fazer pensar e repensar. Uma obra-prima. Recomendo!


Trailer:


 
 
 

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