[DJ] Literatura x Música
- Luana Alves
- 13 de jul. de 2018
- 3 min de leitura
Hey!

Hoje é dia do Rock e, como tal, merece post especial.
Amamos música e amamos literatura, certo? Certo! E hoje vamos conversar um pouquinho sobre como essas duas artes conversam e interagem, uma influenciando a outra.
A gente ama o livro e aí, pá! Descobrimos que tem uma música inspirada nele. Ou a gente ama uma banda e tá lendo o livro e pá! Olha ali a referência ao nosso cantor, música preferida.
Existe até um nome bonito e científico sobre isso: SEMIOSFERA. A saber, assim como biosfera designa a esfera da vida no planeta, semiosfera designa o espaço cultural habitado pelos signos. Fora dele, nem os processos de comunicação, nem o desenvolvimento de códigos e de linguagens em diferentes domínios da cultura seriam possíveis. Nesse sentido, semiosfera é o espaço de encontros entre diferentes culturas.
Sente-se mais sábio? De nada.
Bora curtir um som agora e ver onde o artista em questão se inspirou?
Admirável Chip Novo - Pitty + Admirável Gado Novo - Zé Ramalho + Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos.
Pink Floyd - Álbum Animals + A Revolução dos Bichos - George Orwell

Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, 'A Revolução dos Bichos' é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A revolução dos bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.
Monte Castelo - Legião Urbana + Bíblia (1 Coríntios 13) + Poema de Luís Vaz de Camões
Capitu - Luiz Tatit + Dom Casmurro - Machado de Assis

Capitu, Bentinho e Escobar formam o triângulo amoroso mais conhecido da literatura nacional – com a condição de que acreditemos no narrador de um dos mais polêmicos romances brasileiros.
Quem conta a história de Dom Casmurro é o próprio Bento Santiago, agora um senhor maduro que relembra a infância passada no bairro carioca de Matacavalos, quando conheceu o amor de sua vida: Capitu.
Com a ironia que lhe é característica, Machado revolucionou o romance de amor, deixando para os leitores um dos grandes enigmas da nossa cultura: afinal, Capitu traiu ou não traiu?
Homem Aranha - Jorge Vercilo + Spider-man - Ramones + HQ Homem Aranha - Stan Lee
Conhece alguma outra música baseada em algum livro, personagem ou quote literário? Conta pra gente!

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