[Resenha] Princesa de Papel – Erin Watt
- Claudia Del Santo
- 15 de fev. de 2018
- 3 min de leitura
Se tem um livro que engana pela capa, esse é o Princesa de Papel. Não se iluda com a coroa dourada e com o ar juvenil que a ilustração transmite. A obra também não é um romance de época envolvendo a realeza, como o título dá a entender; tão pouco é uma leitura recomendada para menores de 18 anos.

Título: Princesa de Papel #1
Autora: Erin Watt
Páginas: 364
Editora: Essência (selo da Planeta)
Ano de Lançamento: 2017
Gênero: Ficção Americana, Romance.

Princesa de Papel nos conta a história de Ella Harper, uma garota de 17 anos que está vivendo sozinha depois da morte da mãe. A moça tem falsificado a assinatura da Sra. Harper para permanecer na escola e para se manter longe da tutela do governo, pois falta pouco até completar a maior idade.
Visto que nunca conheceu o pai, e que sua mãe não tinha muitos recursos, Ella tem passado por dificuldades financeiras, o que a obriga a trabalhar de garçonete depois das aulas e a dançar num clube de stripper à noite (com um documento falso, é claro).
As coisas mudam de figura quando um milionário chamado Callum Royal aparece na vida da garota, alegando ser amigo do falecido pai dela e se oferecendo para custear os estudos e qualquer coisa de que a moça precise. Mesmo bastante desconfiada, Ella segue o milionário até a mansão Royal e descobre que o homem tem cinco filhos, um mais bonito do que o outro.
Não demora para que a garota compreenda que os irmãos Royal não querem uma “irmãzinha” na família e que todos se uniram contra ela.
Bem, não sei vocês, mas amo essa premissa meio que Fanfiction One Direction desse livro. Infelizmente as autoras não conseguiram elaborar bem a trama. Digo autoras, pois Erin Watt é o pseudônimo usado pelas escritoras Elle Kennedy (conhecida pela série de livros Amores Improváveis) e Jen Frederick.
O fato de se apropriarem de inúmeros clichês não me incomodou tanto quanto a criação em massa de personagens ruins. De verdade, gente, é de pegar asco! E veja bem, sou uma fã dos tão explorados bad boys da literatura. Amo os irmãos Maddox — pelo menos a grande maioria deles, e tenho uma quedinha até pelo Hardin de After. Infelizmente os Royal's são um caso perdido. Só não peguei ranço do mais velho, Gideon Royal, pois o moço quase não deu o ar da graça nesse primeiro volume.
A desculpa de que os irmãos sentem muito a falta da mãe e de que o pai é um degenerado não atenua a falta de caráter dos garotos. Os erros que os Royal’s cometem são tão absurdos e grotescos, que mesmo depois que as autoras tentam amenizar, a absolvição fica impossível. Quase abandonei a leitura em dois momentos, que no meu ponto de vista foram inconcebíveis, mas minha curiosidade venceu e cheguei, com um baita esforço, até a última página.

É uma pena que estragaram um enredo com tanto potencial, acumulando personagens sem noção e acontecimentos forçados, irresponsáveis e até doentios.
Mas nem tudo está perdido. Gostei muito da melhor amiga de Ella, Valerie; e a escrita das autoras é bastante fluída, embora usem um vocabulário apelativo e chulo.
Não sei o que pensar a respeito da personagem principal, Ella. Em alguns momentos gostei da garota, em outros achei que ela e os irmãos se mereciam.
A capa e a edição estão impecáveis, como vocês podem ver pelas fotos, e o cuidado com a parte gráfica continua nos demais livros da série. Também não percebi erros de revisão.
Confesso que o final foi tão chocante e nocivo que se já estivesse com a continuação em mãos prosseguiria com a leitura imediatamente. (Eu e minha bendita curiosidade). Talvez até continue a série para ver que fim as autoras darão a essa família completamente disfuncional.
Considero esse livro bem polêmico, pois li resenhas positivas, enquanto outros leitores, como eu, ficaram horrorizados com a história.
Essa foi a minha experiência de leitura com Princesa de Papel. E a sua? Conte-me aqui nos comentários.
Um beijo.
Câmbio. Desligo.

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