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[Resenha] Jogador Nº 1 – Ernest Cline

  • Claudia Del Santo
  • 23 de fev de 2018
  • 3 min de leitura

Estou muito feliz por ter conseguido ler esse livro antes de o filme ser lançado. (YES!) Para quem não sabe, o filme baseado nessa obra estreia dia 29 de março nos cinemas, com a direção de ninguém mais e ninguém menos do que Steven Spielberg. Preparados, Jogadores? Então vêm comigo nessa aventura.

Título: Jogador Nº1

Autor: Ernest Cline

Páginas: 460

Editora: Leya

Ano de Lançamento: 2015

Gênero: Romance Futurista, Distopia, Ficção Cientifica, Literatura Norte-Americana.

"Três chaves escondidas abrem três portões guardados

E três boas qualidades deverão ser inerentes ao errante avaliado

Quem demostrar ter os exigidos predicados

Chegará ao fim, onde o prêmio será alcançado"

Wade Watts é um adolescente de 18 anos que sofre com a grande desigualdade social que assola o mundo no ano de 2044. Com o aumento descontrolado da população, cada centímetro de chão é precioso, por isso Wade mora numa das pilhas de trailers no Estado de Oklahoma. Órfão de pai e mãe, sua tia só aceitou acolhê-lo, pois o governo fornece ao rapaz tíquetes de alimentação, preciosos demais para serem desperdiçados.

Sem qualquer perspectiva de melhora em sua vida, Wade é um viciado na plataforma de imersão e simulação de vida real OASIS. Com óculos, luvas e uma conexão à rede, o adolescente pode ir à escola virtualmente, se relacionar, ter acesso às informações... Tudo isso com um avatar de aparência escolhida pelo próprio usuário e com a identidade anônima (cada um escolhe seu nickname). No OASIS há também locais de trabalho, grandes shoppings, bibliotecas, Universidades públicas e privadas, bares... Os usuários podem se teletransportar para outros planetas, jogar e fazer qualquer coisa que quiserem.


Quando Halliday, o programador do OASIS, falece, vem a público que sua fortuna e o controle do OASIS serão passados para um jogador que encontrar o Easter Egg escondido dentro da plataforma virtual. Para chegar ao Ovo, o jogador precisa decifrar três enigmas e encontrar as três chaves que o levará ao grande prêmio. Vendo nisso a oportunidade da sua vida, Wade começa a estudar tudo o que pode sobre a cultura pop dos anos 80, década em que Halliday passou sua infância e juventude e a qual os enigmas do jogo estarão relacionados.

É claro que há dinheiro demais envolvido, além de o controle da maior empresa do mundo, por isso Wade enfrentará adversários poderosos, inescrupulosos e com todo o recurso disponível, coisa que ele não tem.

Jogador Nº 1 é narrado em primeira pessoa por Wade/Parzival (seu nome no OASIS). Tenho que confessar que tenho uma queda por narradores masculinos em primeira pessoa. É muito legal estar dentro da cabeça de um cara, ainda mais quando é um cara tipo o Wade. (Me encantei pelo personagem).

O que eu mais gostei na ideia desse livro foi o autor brincar com o fator “tempo”. Mesmo ambientado num futuro distante, com alta tecnologia e uma sociedade caótica, nos vemos voltando aos anos 80, com referências à moda, livros, músicas, filmes, séries e games. Foi uma delícia empreender essa viagem de mão dupla (passado e futuro), torcendo pelo Wade, vibrando a cada conquista e sofrendo com suas derrotas.

O livro é dividido em três níveis, como no vídeo game, sendo que cada um deles corresponde à busca por uma chave.

São bem interessantes as questões levantadas pelo autor, como o consumo desenfreado de tecnologia, a questão do isolamento social em detrimento de um mundo virtual, a dependência que a internet pode causar, e o fator da aceitação. Se eu pudesse ser quem quisesse, teria as mesmas características que tenho agora? Outro tema abordado é a importância do trabalho em equipe.

Apesar de tratar de assuntos bastante técnicos, às vezes (sobre o OASIS e design de games), e fazer referências a algumas coisas com as quais não estou familiarizada, pois minha infância e adolescência foi passada entre os anos 90 e 2000, a narrativa de Cline é bem fluída e fácil de entender. É claro que a experiência de leitura para alguém que viveu a juventude nos anos 80 será bem mais imersiva.

Outro ponto que me agradou bastante foi a construção dos personagens secundários e até dos antagonistas. Destaque para Aech e Art3mis.

É oficial, galera, Jogador Nº 1 é a melhor leitura do ano até agora!

A edição física do livro está linda (vide as fotos). Amei tudo, diagramação, revisão, a capa... É aquele tipo de livro que causa boa impressão, que é bacana ostentar na estante.

Agora é só segurar a ansiedade até dia 29 do próximo mês e conferir se Hollywood fará bom proveito dessa história. Já marca a data aí na sua agenda. Tenho o pressentimento de que o filme pode superar o livro. Será que acontece? Discutiremos sobre isso posteriormente. Aguarde e confie.


Trailer:

Beijo sabor competição.


Câmbio. Desligo.

 
 
 

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