[Resenha] A Guerra que me Ensinou a Viver - Kimberly B. Bradley
- Luana Alves
- 4 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Hey!
Faz tempo que me apaixonei pela Ada. Assim que a conheci já quis pegar ela pra mim, fazer um chocolate quente pra ela e dar um abraço apertado nessa garotinha que conheceu tanto sofrimento nos primeiros anos de vida.

A história dela começou a ser contada em A Guerra que Salvou Minha Vida, que foi resenhado AQUI.
Embora tenha ficado com o coração partido por conta das lutas da Ada, sua marra e sua resistência me fizeram dar 4/5 corações na avaliação que fiz do primeiro livro. Quando peguei o segundo livro da duologia estava fazendo uma prece silenciosa para a Ada estar mais receptiva a afeto. E o afeto, meu amigo, está presente em cada uma das páginas de A Guerra que me Ensinou a Viver.
TÍTULO: A Guerra que me Ensinou a Viver
AUTORA: Kimberly Brubaker Bradley
PÁGINAS: 277
EDITORA: Darkside
GÊNERO: Ficção norte-americana
ANO DE LANÇAMENTO: 2018

Enquanto a 2ª Guerra avança e destrói tudo o que encontra pelo caminho, Susan, Ada e Jamie estão realmente se esforçando para construir algo: uma família.
A casa de Susan foi destruída em um bombardeio e eles passam a morar em um chalé na propriedade de Lady Thorton. A alimentação está cada vez mais escassa. Pessoas conhecidas morrem a todo o momento no caos instaurado pela guerra. A convivência próxima com a Lady Thorton não é fácil e tudo fica ainda mais difícil quando eles recebem uma menina judia no chalé.
Apesar de haver escombros e assolação por todos os lados, Ada vai criando formas de não somente sobreviver à guerra, mas de crescer com ela.
A história é narrada em primeira pessoa, assim, podemos sentir um pouco do que Ada sente. Não sei se foi ela quem mudou ou se fui eu, nesse um ano que ficamos separadas. Mas me conectei ainda mais com essa menininha difícil. Entendi todas as suas reservas, suas pequenas mentiras (“Eu nunca tive o pé torto!”), sua raiva. A dificuldade de Ada em somente ser criança, a responsabilidade que sente em cuidar do irmãozinho, o tanto que desconfia do amor de Susan por ela... É possível entender cada traço da personalidade da garota que possui tantas cicatrizes visíveis, mas muitas mais escondidas dentro de si.
Se o livro anterior já nos dá um vislumbre do poder transformador do amor, A Guerra que me Ensinou a Viver mostra a potência desse sentimento. Percebemos a evolução de Ada a cada capítulo, como ela vai se tornando uma pessoa mais gentil, mais aberta. Afinal, já dizia Herbert Vianna: “Saber amar é saber deixar alguém te amar”.
Me emocionei bastante, em vários momentos. Tentei escrever a resenha algumas vezes, mas sempre parecia que não estava fazendo jus ao grande livro que a Kimberly criou. Talvez ainda não tenha conseguido colocar em palavras tudo o que a Ada representou pra mim e para minha fé de que é possível sair luz da escuridão. E é isso o que os livros com essa temática das grandes guerras fazem né? Causam um desconforto, nos botam pra pensar e a gente fecha o livro tão consciente de que precisamos amar mais, que o amor cura.
Edição da Darkside dispensa comentários, né? Que coisa linda que a equipe de arte fez aqui, gente! Segue o mesmo padrão do primeiro livro, mas a garotinha da capa agora já parece tão crescida e vencedora:

“No dia em que fui evacuada, olhei pela janela do trem e vi uma garota galopando num pônei, acompanhando o meu vagão. Agora eu era essa garota. Galopava, sorridente, a cabeça jogada para trás, o vento me lambendo os cabelos.
Eu me tornei a pessoa que queria ser.”

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