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[Resenha] O PerfuraNeve – Lob ∙ Rochette ∙ Legrand

  • Claudia Del Santo
  • 17 de dez. de 2018
  • 3 min de leitura

O PerfuraNeve traz três histórias na mesma encadernação. Os outros dois volumes são: O Explorador e A Travessia. Vale a pena dizer que o roteirista de O PerfuraNeve, Jacques Lob, faleceu em 1990, por isso as continuações não foram escritas por ele. As sequências foram lançadas cerca de 15 anos após a publicação da primeira.


Título: O PerfuraNeve

Autores: Jacques Lob, Jean-Marc Rochette, Benjamin Legrand

Editora: Aleph

Gênero: História em Quadrinhos (HQ) | Ficção Cientifica | Distopia.

Composta por 3 HQs, as três estão juntas na mesma edição

Anos de publicação: 1984\1999\2000

Páginas: 280

A trama nos leva para um futuro distópico e pós-apocalíptico onde a humanidade foi dizimada por um inverno devastador. A temperatura no planeta é inferior a oitenta graus abaixo de zero. Os únicos sobreviventes rodam eternamente e sem destino num trem chamado O Perfura Neve, uma locomotiva autossustentável, que não precisa parar nunca. Não há explicações cientificas sobre o movimento perpétuo da locomotiva, mas fica claro que a energia gerada pela locomoção constante é que fornece o calor de que os passageiros necessitam. A principal questão discutida no quadrinho é a reorganização da sociedade dentro desse trem imenso, com 1001 vagões, mas já adianto que a estrutura política, religiosa e econômica não é diferente da que vivemos hoje.

A trama começa com uma invasão. Um homem chamado Proloff, que vive em condições sub-humanas nos vagões do fundo, escala a locomotiva pelo lado de fora, quebra a janela de um dos vagões perto do meio do PerfuraNeve e entra por ali, procurando condições melhores de vida. Ele é pego pelos policias, que cuidam da segurança do trem e é levado para os vagões da frente, para que os “altos militares” determinem seu destino. É durante essa excursão dentro do PerfuraNeve que as principais questões são respondidas para o leitor: O que eles comem? Como conseguem água? Em que trabalham? O que fazem para se divertir?

É bem nítida a divisão de classes dentro do PerfuraNeve, sendo que quanto mais perto dos vagões da frente, melhores são suas condições de vida, quanto mais para o fundo, piores. Genial esse plot, não? Admito que achei o roteiro brilhante. O que me frustrou foi a falta de empatia do próprio Proloff, que não demonstra preocupação com os demais “fundistas” (a população dos vagões do fundo), ou seja, ele busca melhor condição de vida apenas para si, em nenhum momento luta pelo interesse daqueles confinados nos últimos vagões. Também achei a personagem feminina, Adeline Belleau, muito rasa. Ela é apresentada como uma ativista dos direitos humanos que luta em defesa dos habitantes dos últimos vagões, e embora ela demonstre mais sensibilidade do que o protagonista, ainda assim tive a impressão de que a moça só foi introduzida na trama como pretexto para atividades sexuais, o que é lamentável.

A boa notícia é que a história melhora consideravelmente nas sequências. O protagonista das continuações, Puig Vallès, tem intenções mais nobres do que o Proloff e as questões mais relevantes são aprofundadas de maneira que leva o leitor a várias reflexões.

Fiquei impressionada ao descobrir que o desenhista da primeira história é o mesmo desenhista das continuações. A arte mudou radicalmente e admito que preferia a arte clássica da primeira HQ. Confesso que o final me desiludiu, mas entendi a intenção do roteirista.

Existe um filme, de 2013, baseado no PerfuraNeve, seu nome é Expresso do Amanhã e é estrelado pelo maravilhoso (\ui) Chris Evans. Ainda não tive a oportunidade de assistir o filme, mas assim que o fizer, venho aqui contar para vocês o que achei. Já assistiram? O que acharam?

É uma HQ muito bonita. Sério. A edição da Aleph está bem caprichada. Li num exemplar de biblioteca, mas já fiquei sonhando com aquela edição espetacular enfeitando minha estante. O único problema é que ela é grande demais e de alta gramatura o que dificulta o transporte da HQ (ela é bem pesada), mas o padrão de qualidade é FIFA.

Ahhhh, e quanto a você? Tem frequentado a biblioteca da sua cidade?

Recomendo muito a leitura, pois como já dito, a ideia do roteiro é muito, muito boa.


Um beijo.


Câmbio. Desligo.

 
 
 

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